Trabalhar em casa, poder delegar suas tarefas, administrar seu tempo e escolher o que você quer fazer parece um sonho, não é mesmo? Mas na verdade, estou apenas citando alguns benefícios da profissão de Assistente Virtual. Conversei hoje com a Bruna Tassoni (@bruna.tassoni), que é uma Assistente Virtual e vai nos contar um pouquinho sobre sua jornada – e de quebra dar algumas dicas.
O mercado de trabalho como nossos pais conheceram já não existe mais. Isso é fato. Com o avanço da tecnologia, as mídias sociais, e todo o crescimento dia após dia do mundo digital, se tornou quase que inimaginável para algumas pessoas levantar cedo, esperar um ônibus, chegar num lugar, sentar numa mesa e fazer exatamente o que você poderia ter feito da sua casa, com a mesma qualidade – só que economizando muito mais tempo.
Eu sou uma adepta ao home office já faz algum tempinho. Então sou suspeita para falar sobre o tão comentado “trabalho do futuro”, que na verdade está aqui agora, né? O futuro já chegou.
E o que eu quero dizer com toda essa introdução? Assim como o mercado de trabalho mudou, algumas empresas (ou mesmo empreendedores individuais) tiveram que se adaptar à esse novo formato de trabalho, e descobriram que uma assistente virtual poderia resolver boa parte de suas demandas, de forma simples, prática e eficaz!
A Bruna também resolveu largar o mundo corporativo. Depois que se tornou mãe, quis gastar o seu tempo com o que importava de verdade (o Théo <3 ) e não com o trajeto de casa ao trabalho, que às vezes demorava mais de 3 horas, “essas horas que eu perdia só de trajeto, eram horas que eu poderia estar com o meu filho ou que eu poderia ter pra mim.”
O que é uma Assistente Virtual
Por definição, segundo o Wikipédia: “um assistente virtual é, geralmente um profissional autônomo que oferece assistência administrativa, técnica, criativa ou apenas assistência (social) para clientes remotamente a partir de um home office.”
A profissão de Assistente Virtual, chegou ao Brasil em 2015, sendo assim, pouco conhecida e causando estranheza para algumas pessoas, por isso a Bruna confirma que “a contratação não ocorre em maior escala justamente por falta de conhecimento das pessoas e pelas várias opções de serviços que uma AV pode prestar, isso confunde um pouco as pessoas.”
Um AV não é um empregado de uma única empresa, e sim um empreendedor, que através de um computador ou dispositivo móvel, pode atender e prestar serviços para outras empresas ou até mesmo pessoas físicas.
Esses serviços podem variar desde a organização de uma agenda para uma influenciadora digital, por exemplo, até a elaboração de um calendário editorial para uma pequena empresa do setor alimentício.
“Normalmente os melhores clientes são executivos, autônomos e pequenas empresas. As grandes empresas têm processos burocráticos mais complexos e normalmente só contratam em regime CLT.” , conta Bruna.
Como se tornar uma Assistente Virtual
Para se tornar uma Assistente Virtual, primeiro você deverá ter em mente que começará a empreender, e, sendo uma empreendedora (ou empreendedor) deverá ter responsabilidades que antes como funcionário, talvez você não precisasse se preocupar.
É bem tentador a questão do trabalho home office, e é aqui que a disciplina deve estar presente. É preciso separar o pessoal do profissional, as pausas excessivas, o “deixa para depois”, afinal agora você responderá como uma empresa. Você é a sua marca, deve se portar como tal.
Segundo a Bruna, os principais requisitos para se tornar uma assistente virtual é: “ser organizada, ter uma postura profissional e transparente com as pessoas e potenciais clientes e entender que agora é com você, você é a responsável por fazer dar certo.”
Além disso, você precisará definir outras coisinhas como: o seu nicho, suas habilidades (e principalmente, quais habilidades você pode transformar em serviços), como precificar e apresentar ao mundo seu trabalho como Assistente Virtual.
Como descobrir seu nicho
Descobrir o nicho pode ser uma das coisas mais desafiadoras. Digo isso pois sofri muito para descobrir meu nicho aqui no blog. A gente sempre quer fazer tudo, atender à todos, conversar com todo mundo.
Mas para que nossa mensagem e nosso trabalho dê certo, e seja eficaz, você PRECISA afunilar esse seu “todo”. E definir o seu nicho é o primeiro passo. A dica da Bruna é: “escolha no máximo 3 setores para começar, por exemplo, administrativo, comercial e financeiro e deixe claro todos os serviços que sabe fazer de cada um deles.”
E se no começo for difícil entender e afunilar esse nicho, não se preocupe, pois “não é essencial ter um nicho todo estruturado para começar, você pode começar com serviços diversos e ir se encontrando no caminho e filtrando, deixando só as coisas que você realmente gosta de fazer. Mas é importante não abraçar o mundo.”
Só não deixe de começar, hein.
Como vender suas habilidades
“Tudo o que você sabe fazer tem valor para alguém e nem sempre percebemos que sabemos fazer tantas coisas, então, sempre oriento que façam duas listas.”
Veja também: Como melhorar seu desempenho fazendo listas
“Uma lista com todas as habilidades pessoais que você acha que tem, por exemplo, simpática, escrita boa, boa comunicação, etc. E outra lista com tudo o que você já fez de trabalho na vida, com os mínimos detalhes, por exemplo: trabalhou como Auxiliar Administrativa, o que você fazia no dia a dia? Atendia telefone, agendava clientes, fazia planilhas, fazia cotações, e assim por diante.”
É um trabalho que pode demorar um pouco, a Bruna comentou sobre isso, mas é um dos primeiros passos para que você consiga entender o que poderá oferecer para os seus futuros clientes.
Como precificar
A parte de precificar pode dar tanto medo quanto a parte de começar, eu sei. Mas tenha claro para você o seu valor, todo o seu esforço, seus dias de estudos, investimentos com cursos, faculdade, e não tenha medo de colocar o valor justo – e nem tenha medo de clientes vindo pechinchar, na verdade, nem dê ouvidos àqueles que quiserem colocar preço em seus serviços.
Algo que pode ajudar, inclusive foi algo que a própria Bruna recomendou em sua primeira live (#euestavalá), foi para a gente dar uma sondada em alguns sites, pesquisar por outros profissionais que ofereciam esse mesmo tipo de serviço e qual a média de preço. E é claro, transformar esses valores para nossa realidade.
Em relação à formalização, sobre ser ou não ser MEI, abrir ou não abrir uma empresa, a Bruna nos disse que a opção de contrato funciona bem no começo, e que de início não é necessário que tenhamos um CNPJ, porém “é importante, assim que possível, se formalizar.”
Como me divulgar
Existem diversas plataformas disponíveis de forma gratuita para você divulgar o seu trabalho. O próprio Instagram e o Linkedin estão aí para nos provar.
Além disso, outras plataformas, exclusivas para portfólio, como o behance podem ser muito úteis. Dá uma olhada nesse post que falo tudinho sobre a importância e facilidade de um portfólio online.
Além dessas plataformas acima, a Bruna deu a dica de suas favoritas “existem muitas plataformas de freelancer que ajudam nesse processo, mas as minhas favoritas são Freelancer, Workana e 99 Freelas.”
E claro que o bom e velho boca boca ajuda muito nessa hora. Divulgue para seus familiares, amigos e amigos de amigos. A indicação sempre aparece.
Principais benefícios em ser uma Assistente Virtual
Falando em benefícios, o número 1 da Bruna é a Liberdade.
“Liberdade em ser dona dos meus horários, em não ficar vendo cara feia quando tinha que ficar em casa com o meu filho doente, em sair da loucura de trabalho que exigem que você tenha, liberdade em ter mais tempo como o meu filho e ter mais tempo pra mim. Eu sentia que finalmente era dona da minha vida.”
Nada pode competir com a liberdade e a sensação de independência, né?
Dica bônus
Sobre começar, tenha em mente que não será fácil, mas que talvez, seja incrível. Você só poderá saber disso se tentar. E começar é o primeiro passo.
“Eu sei que dá medo de não conseguir, mas vai depender do seu esforço em fazer dar certo. Tenha muito claro o Porquê você quer fazer isso, no meu caso, o meu maior Porquê era ter mais tempo para ver meu filho crescer, então toda vez que eu me desanimava, que pensava em desistir, eu lembrava disso e seguia em frente. Depois de um tempo, percebi que meu maior medo não era empreender, era não ver meu filho crescer, então escolhi o medo que era mais importante. Escolha qual medo é maior e tenha coragem para não deixar ele acontecer.”
A Bruna finaliza citando Cortela, com uma frase que olha, bateu aqui: “Coragem não é a ausência do medo, coragem é a capacidade de enfrentar o medo”
Espero que você tenha gostado, que tenha esclarecido suas dúvidas, e se houver alguma a mais, deixa aqui nos comentários que eu corro e peço pra Bruna nos responder.
Aproveita e não deixa de seguir ela no Instagram. Todo dia traz dicas maravilhosas sobre esse universo incrível e que eu amo que é o empreendedorismo feminino @bruna.tassoni
Bjs,
Dani